Foto: Fábio Pozzebom/Agência Brasil
Neste ano, os medicamentos e produtos farmacêuticos lideram a lista de importações brasileiras provenientes dos Estados Unidos. Inicialmente, esses produtos não serão impactados pelo aumento de tarifas de Donald Trump sobre produtos brasileiros. No entanto, uma possível retaliação do Brasil pode elevar os preços de medicamentos para câncer e doenças raras.
No ano passado, o Brasil adquiriu do exterior quase US$ 10 bilhões em produtos médicos, incluindo itens cirúrgicos, reagentes para diagnóstico de doenças, instrumentos e equipamentos médicos. A maior parte vem dos Estados Unidos.
A possibilidade de uma retaliação brasileira ao tarifaço dos Estados Unidos preocupa o setor. Segundo o CEO da Associação Brasileira de Indústria de Dispositivos Médicos, Paulo Fraccaro, algumas alternativas para o Brasil seriam a China, a Índia e a Turquia.
O Brasil também adquire medicamentos patenteados, principalmente para doenças raras ou aqueles que envolvem alta tecnologia. Os Estados Unidos figuram entre os principais fornecedores, e, em caso de uma guerra tarifária, esses medicamentos poderiam se tornar ainda mais caros no país.
No primeiro semestre deste ano, as importações de medicamentos de alto custo e produtos farmacêuticos totalizaram US$ 4,3 bilhões, representando um aumento de 10% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Aproximadamente 60% do fornecimento vem da União Europeia. Aproximadamente 15% de cada um são representados pela Alemanha e pelos Estados Unidos.
Embora a maioria dos medicamentos mais comuns, especialmente os genéricos, seja fabricada no Brasil, 95% dos insumos farmacêuticos necessários para a produção são importados da China.
Norberto Prestes, presidente-executivo da Associação Brasileira de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi), afirma que é essencial investir na pesquisa e na produção nacional.